Hoje eu senti na pele
José R. Guimarães
Hoje eu senti na
pele como se tem a tendência de culpar outros por aquilo que não se consegue
realizar.
Há algum tempo
atrás em minhas caminhadas diária no entorno do lago do Museu Mariano Procópio
eu fazia o percurso em, aproximadamente, 60 minutos, compreendendo 8 voltas, ou
seja, em média, duas voltas a cada 15 minutos.
No local existem
algumas passagens, mais estreitas, onde só podem passar, no máximo, duas
pessoas lado a lado e é muito comum encontrarmos, nestes estreitamentos, casais
de idosos e por isto somos obrigados a diminuir o ritmo nestas passagens.
Existem também grupos de alunos com suas professoras que, quando param para
ouvir as explicações da mestra, juntam-se como formigas no açúcar, ocupando até
espaços mais largos, nos obrigando a mudar o traçado de nossa caminhada e,
pedindo licença, passarmos pelo cantinho.
De uns tempos
para cá resolvi aumentar o percurso, passando a dar 10 voltas que, pelos meus
cálculos, deveriam levar 1 hora e 15 minutos, mas, ao invés disto, passei a
gastar 1 hora e 20 minutos. Nada mais lógico, pois, aumentando o percurso e o
tempo, as chances de encontrar idosos em lugares estreitos e crianças em
qualquer lugar, aumentam consideravelmente.
Mas, na caminhada
de hoje, aconteceu algo inusitado. Logo que cheguei notei um movimento maior
que o normal: vários casais de idosos e um punhado de crianças e, lógico, os
atropelos começaram mais cedo.
Ao completar a
quarta volta notei que havia feito o percurso, apesar dos percalços
(desculpem-me o trocadilho), em 30 minutos, isto é, eu tinha caminhado duas
voltas a cada 15 minutos. Resolvi, então, averiguar o que estava acontecendo e
comecei a prestar atenção ao meu ritmo de caminhada - procurei manter o ritmo,
tentando não amolecer e cheguei ao final da 10ª volta em 1 hora e 15 minutos.
Moral da história: hoje, percebi que não são alguns
momentos “perdidos” com idosos, crianças ou outras pessoas quaisquer, que nos
atrapalham na busca de nosso objetivo e sim a nossa vontade de culpar alguém
por nossos fracassos - No máximo bastaria darmos uma corridinha, não é?
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